Quando somos crianças, até aos 2 anos aprendemos essencialmente explorando com as mãos e com os olhos. Trabalhamos a coordenação motora à medida que vamos explorando os objectos à nossa volta. Mas o que acontece quando os ecrãs entram nesta equação?
O uso de aparelhos electrónicos tais como: tablets, telemóveis, televisores e computadores, que nos mostram imagens a duas dimensões, não trazem os mesmos benefícios das experiências motoras e sensoriais, sobretudo porque ainda não desenvolvemos a capacidade de entender essas imagens e perceber que elas representam algo da realidade.
A American Academy of Pediatrics vem desaconselhar o uso prolongado desta categoria de aparelhos até aos 18 meses.
Está reconhecido que a aprendizagem de tenra idade acontece principalmente com a interacção social. O desenvolvimento da linguagem, avança com o convívio entre pessoas.
Até aos 6 meses desenvolvemos a percepção visual através de brinquedos com cores e movimento. Começa aqui também a primeira estimulação auditiva recorrendo a músicas suaves, pequenas cantilenas executadas pelos adultos e conversas carinhosas, sem infantilizações.
A partir dos 6 meses desenvolvemos a percepção auditiva. Uso de músicas mais rápidas, caixas de música, reconhecemos sons facilmente e distinguimos bem as vozes dos nossos cuidadores.
A partir dos 10 meses desenvolvemos a acuidade motora. Começamos a gatinhar, tentamos colocar-nos em pé, etc. Estes movimentos devem ser apenas controlados pelos cuidadores para evitar quedas, mas são essenciais para ganhar força muscular.
A partir dos 12 meses desenvolvemos a psicomotricidade ampla e fina. Pegamos objectos com a mão inteira e depois com a ponta dos dedos indicador e polegar, aprimorando o movimento de pinça.
O uso excessivo de horas em frente a aparelhos electrónicos vai atrasar as fases essenciais do nosso desenvolvimento, portanto, não é só a interacção social e o desenvolvimento da linguagem que ficam prejudicados, mas também toda a actividade motora.