Não. O líder não é o chefe por decreto, no entanto, pode sê-lo por verdadeira vocação ou nunca chegar a ser líder, sendo apenas o chefe.
Infelizmente deparamo-nos no nosso dia-a-dia profissional com chefes promovidos automaticamente a lideres e nem sempre por mútuo acordo.
Construir uma reputação de líder não é complicado mas requer tempo e dedicação total e constante.
É possível criar um líder com estas premissas e mais alguns ingredientes, onde muitas vezes o apoio de um Coach ajuda nesse processo.
No entanto, o melhor líder é o líder nato, aquele que está numa equipa e que aplica as características de líder com naturalidade, conseguindo levar os restantes elementos consigo, em prol do sucesso e dos melhores resultados.
O melhor exemplo que me lembro neste momento e é português, é o Cristiano Ronaldo.
Mesmo que não se perceba de futebol, consegue-se observar exactamente aquilo que se observa ao fim de anos a liderar equipas. Eles aparecem naturalmente.
O líder é:
O líder destaca-se no meio de um grupo, quando o grupo o aponta como exemplo.
A equipa é um conjunto de pessoas reunidas para a mesma tarefa.
Quando o grupo replica as acções e a forma de estar, de uma pessoa em particular na equipa, então essa pessoa é o líder. Se essa pessoa não for promovida a líder depois dessa constatação e, ao invés, promoverem outra, então não vai ter uma equipa vencedora, mas sim um conjunto de pessoas desmotivadas e a caminharem em direcções opostas.
Mesmo não percebendo de futebol, conseguimos perceber que: ele marca sempre golos, seja em que equipa estiver. Sabemos porém, que um jogador por muito fenomenal que seja, sozinho não faz uma equipa.
Mas as qualidades de líder do Cristiano, levam toda a equipa, seja ela qual for, a atingir o objectivo colectivo: ganhar o jogo.
Entre milhares de notícias sobre o craque, esta fala sobre os hábitos de alimentação do Ronaldo que, entretanto contagiaram os colegas:
“Um profissional dedicado e perfeccionista dentro e fora do campo, Cristiano Ronaldo já influencia com o seu exemplo os colegas no Manchester United. Quem o diz é Lee Grant, guardião suplente dos red devils. “
Destaco a frase a bold, onde se lê – “já influencia os colegas…”.
É exactamente o que um líder faz, influenciar o comportamento dos demais.
Por definição, o propósito da liderança é levar o grupo a determinado resultado.
Condicionar um comportamento, por via da influência que tem sobre os outros, é um comportamento de liderança, mas o propósito pode ser negativo ou positivo.
Podemos ir buscar exemplos de influências negativas por parte de líderes com poucos escrúpulos ou más intenções.
São exemplo disso alguns influencers que levam miúdos a comer pizzas com pastilhas de detergente, ou os líderes de gangs que provocam o caos na sociedade ou ainda aqueles que fazendo uso da sua liderança nata encaminham os outros para actividades ilícitas.
Todavia, há que reconhecer que são líderes exactamente porque conseguem levar equipas ou grandes grupos de pessoas a replicar o seu comportamento ou a executar tarefas que o líder manda fazer.
Na vida profissional o que se passa é exactamente igual.
Necessariamente os colegas em primeiro lugar.
Em segundo lugar, tem de existir um responsável, seja um chefe, um director, um sócio ou um dono da empresa (quando falamos de pequenas empresas) que tenha a humildade de reconhecer esse líder.
Por vezes, nas empresas, falha esta capacidade de ter a humildade para reconhecer noutros a capacidade de liderança. É um erro crasso.
Reconhecendo o líder, qualquer empresa, equipa ou outro conjunto de pessoas movidas com uma finalidade, retira benefícios dessa decisão e não diminuem a importância de um chefe, um director, sócio ou dono de empresa.
Um líder não é um chefe. E o chefe não tem de ser um líder.